Pró Notícias 144 – Como superar o desemprego?

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Como superar o desemprego?

Entre as políticas públicas, a saúde, a segurança e a educação são as mais reclamadas pela população e citadas pelos candidatos a Presidente. Entretanto, no enfrentamento ao problema do desemprego – que, somado ao da “desocupação”, atinge  20 milhões de trabalhadores no Brasil – sobrevém a dificuldade de se revelar suas causas reais e de se achar soluções para suas atuais e futuras vítimas. Qual serão as oportunidades concretas de trabalho para os e as estudantes que vão completar 18 anos nos próximos 10 anos?

O discurso dos políticos, as análises de economistas e sociólogos, têm repetido a velha visão de que basta retomar o desenvolvimento econômico ou educar a juventude para novas tecnologias (e agora, para o “empreendedorismo”), que nasceriam como consequência milhões de postos de trabalho.

Não é bem assim. A história do Brasil tem mostrado outras realidades, revelado outras variáveis, que se comportam a favor ou contra o desemprego, pró-desenvolvimento ou pró-recessão. Poucos têm, por exemplo, creditado as tendências de recessão ao “quase-fim” das migrações campo-cidades. Abramos os olhos: não fosse o crescimento das exportações para o exterior, com pouquíssimo acréscimo de mão de obra, em 2017 o aumento do PIB seria zero no Brasil. Maior produção industrial não se faz hoje com mais assalariados e com melhores salários, mas com mais “produtividade”, ou seja, com mais tecnologia e menos empregos. Assim se dispensaram escravos e mais empregos.

Resumindo: fazer do “crescimento econômico” a principal causa de mais emprego é um equívoco. O “trabalho para todos” depende muito mais de duas outras variáveis: menores desigualdades de renda entre as famílias e a redução das horas de trabalho.

As desigualdades entre o salário mínimo – remuneração de metade dos trabalhadores brasileiros – e os “salários máximos” de altos burocratas públicos e os rendimentos dos empresários, não somente atentam contra os direitos humanos das maiorias, mas exigem políticas de estado que as combatam e contribuam para a geração de novos empregos.  A mais óbvia é a do aumento do valor do salário mínimo; as mais difíceis são a Reforma Agrária e a tributação das grandes fortunas (que se pode fazer via Imposto sobre a Renda, Imposto sobre Heranças e Imposto sobre os Latifúndios).

Já a redução das horas de trabalho poderia começar pela jornada máxima de 40 horas semanais para todo e qualquer trabalhador, que geraria, de imediato, um milhão de novos empregos de professores e de profissionais da saúde, hoje enganados e adoecidos com o “direito ao acúmulo de cargos”. Vamos dar o bom exemplo, educadores?

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