Boletim informativo dos Funcionários da Educação Básica – Pró Notícias 141

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Desemprego e Poliemprego: o que é pior?

Faces da mesma moeda, o desemprego e o poliemprego só crescem de 2015 para cá. Os discursos e projetos dos ocupantes do Governo Federal de nada têm valido. São mais de 13 milhões de desempregados e uns 30 milhões de “poli-empregados”, muitos desiludidos de procurar um emprego fixo e digno no “mercado de trabalho”.

Primeiro, entendamos os termos.  Desemprego é a situação da pessoa apta para o trabalho que está desocupado e à procura de um emprego estável.  Poli-emprego, para efeito deste texto, é a perspectiva do trabalhador desocupado que, na falta de um posto de trabalho permanente no mercado público ou privado, se submete a “bicos” – ou seja, a serviços temporários e intermitentes para dar conta de sua subsistência pessoal ou da família, em padrões mínimos de consumo necessário para a vida na sociedade.

Em texto anterior, do PRO NOT 140, focalizamos, embora de forma preliminar, as razões históricas e estruturais que determinam o aumento do desemprego e do “destrabalho” no Brasil atual, caracterizado pelo contraste entre as riquezas naturais das quais conta o Brasil, em abundância de todas as cores, e as limitações ao exercício do trabalho dadas pelas desigualdades na posse dos bens de produção – em especial da terra e do dinheiro acumulado por minorias “improdutivas”, de pessoas físicas e de pessoas jurídicas – popularmente conhecidas como “empresas”.

O título deste artigo quer chamar a atenção ao fato de que “destrabalho”, desemprego e “poli-emprego” são irmãos gêmeos, ou talvez mais corretamente, são variações de uma idêntica realidade: a da injustiça econômica e social traduzida nas “desigualdades de renda”, tão denunciadas e tão pouco combatidas.

É assustador o silêncio que os candidatos a Presidente e aos Governos Estaduais estão dando à urgente distribuição de terra dos latifundiários para os que não as possuem. A maioria dos desempregados que vivem nas grandes cidades são descendentes (quando não vítimas pessoais) do processo de concentração das propriedades em poucas mãos. Entendemos o direito de todos a uma vida melhor – com escolas, energia elétrica, água potável em suas casas. A falta dessas conquistas da “civilização” motivou o êxodo rural de mais de 50 milhões de pessoas. Mas hoje as condições de vida no campo são melhores que o acúmulo e a violência das regiões metropolitanas. As paisagens das periferias ferem nossos olhos e nossas consciências. E o que dizer das desigualdades de salários, inclusive dos que são regulados e garantidos por Lei?  O auxílio moradia para privilegiados “servidores” públicos (muitos detentores de propriedades urbanas) tem valor maior que o salário mínimo abaixo de mil reais, que “ganham” 60% dos brasileiros.

A remuneração diária de milhares de juízes, parlamentares e seus assessores no Legislativo e Judiciário é maior que o ganho mensal da maioria da população. Em um poli-emprego, milhões de cidadãos brigam contra a fome e a miséria, como a recolher migalhas do que sobra dos banquetes e vinhos dos ricaços. Em quem votariam Karl Marx e Jesus Cristo se fossem eleitores no próximo dia 7 de outubro?

Responsável: professormonlevade@gmail.com

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