Coordenadores do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec) não descartam a paralisação em alguns setores do Estado, visto que, durante reunião com o governador Camilo Santana, na noite dessa segunda-feira (4) o executivo pediu mais 60 dias para apresentar uma proposta de reposição salarial, fato que causou revolta aos trabalhadores.
“Não podemos aceitar esse mesmo discurso que teve início em outubro do ano passado, quando o Fuaspec protocolava o pedido de audiência pública para tratar o assunto, mas que só foi atendido agora”, disparou Eliene Uchoa, coordenadora geral do Fuaspec, fazendo referência às oito solicitações protocoladas no Palácio da Abolição.
O representante dos agentes penitenciários, Valdemiro Barbosa, que ocupa a diretoria da Federação Nacional Sindical dos Servidores Penitenciários (Fenaspen) questionou o Governo sobre o Projeto de Lei Complementar 257/2016, que tramita em Brasília. A medida propõe uma reforma fiscal que pode suspender a realização de concursos públicos, congelar salários e criar até um programa de demissão voluntária de servidores públicos, mas Nelson Martins, responsável pelas Relações institucionais do Governo declarou que o Estado não ficará proibido de reajustar o salário dos servidores, entretanto o aumento não poderá ser acima da inflação.
Ritinha Cássia Gomes, Presidente da Associação dos Servidores da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Asseec), cobrou a promessa feita pelo governador Camilo Santana no dia 6 de maio do ano passado, quando disse que iria regularizar a carga horária dos trabalhadores inseridos no grupo administrativo (ADO). Sobre esse ponto, ficou acordado entre o secretário Hugo Figueiredo e executivo alinhar a situação na próxima Mesa Estadual Permanente de Negociação – Menp. Os coordenadores também consideraram como abusiva a decisão que proibiu a entrada de assessores de comunicação sindical dos respectivos sindicatos e associações.
O Fuaspec apresentou estudo, referente ao primeiro bimestre de 2016, que aponta um superávit na conta do Estado de R$ 1 bilhão 250 milhões, conforme pesquisa do economista e professor Lúcio Mendes Maia. Sendo assim, o Fuaspec pede um reajuste de 12, 67% que, corresponde aos 10,67% de inflação e 2% de ganho real. Por fim, os coordenadores marcaram uma reunião para a próxima quinta-feira (7), a fim de planejar as próximas ações a serem discutidas com a base de servidores do Estado.